terça-feira, 2 de setembro de 2008

Quem irá os proteger?


Eles viviam separados. Em cidades diferentes, quero dizer. Muita coisa era diferente neles, mas por mais diferenças que existissem, no fim ficavam quase invisíveis. Eles riam ao mesmo tempo, por mais longe que estivessem, não importa a que distância. Quando conversavam, as palavras muito mais escritas do que faladas, dançavam. Tinham leveza, pureza. Não vou começar dizendo que foi amor à priveira vista, só pra ficar mais romântico, por que não foi. Na primeira vez em que se encontraram, não sei se realmente se encontraram, porque nem se notaram. Na segunda vez, posso dizer que eles sentiram algo quando se viram. Se olharam, sorriram. Se cumprimentaram. Se olharam mais. Só. Aconteceram mais coisas, mas isso só eles sabem, porque aconteceu dentro de cada um. Da próxima vez foi só um pouquinho diferente, eles se olharam mais e mais demoradamente. Alí claramente tinha alguma coisa. Alguma coisa escondida, que mais dia, menos dia, ia aparecer mesmo sem querer. Por si só. E apareceu. Aquilo era quase o amor. Pensamentos bonitos. Sonhos gostosos. E eles riam ao mesmo tempo, por mais longe que estivessem, não importa a que distância.


Larissa Fontes

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