quinta-feira, 13 de setembro de 2007

infinito querer

Mesmo estando tão longe, é como se eles se juntassem pelo menos uma vez ao dia. Como se suas almas se encontrassem e andassem de mãos dadas por um jardim lindo, onde nada nem ninguém poderia atrapalhar ou desviar qualquer olhar. Em alguns momentos ela desejava pode vê-lo sorrir tão perto do seu rosto, como já tinha acontecido e ele nem notara. Mas muita coisa ainda estava pra acontecer. Mas ele não sabia e é assim, enquanto você se preocupa por coisa banais, alguém em algum lugar desse mundo te ama e você nem imagina...

(L.F.)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

meu menino

Quando ele ficava triste, ela sentia seu peito pequeno e apertado, mas quando ele se sentia feliz, havia uma explosão de sentimentos bons dentro dela, uma festa. Agora ele era um menino feliz e ela por tabela.
Ela procurava estar com ele ao anoitecer, pra ela era um dos momentos mais suaves do dia, procurava sempre olhar o céu quando o sol estava se pondo, e achava lindo aquela mistura de cores. Quando era pequena, ela viu um filme em que uma carruagem negra voava pelo céu, carregando consigo a mistura das cores e deixando no lugar o preto cheio de pontinhos brilhantes. Depois desse dia, ela se deitou no jardim e quis esperar pra ver a carruagem trazendo a noite, mas nunca a viu.
Esperou ele dormir, olhou aquela carinha tranquila, não se cansava de olha-lo, podia ficar alí pra sempre.
Que amor, que paz.
- Dorme bem, meu menino FELIZ.

(L.F.)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

mais que lágrimas

E pela primeira vez ela o viu chorar. A vontade que ela tinha era de secar cada gota que caia do olho dele, mas ao mesmo tempo aquilo a purificou. Ele tinha alma de anjo, um jeito calmo de fitá-la, como se precisasse de um abraço, de um colo. Ele sempre achava o seu olhar, talvez por que ela nunca mudasse a direção, ela mesmo sem querer passava pra ele a sua energia, a sua foça, o seu sentimento que era tão sólido e tão expresso.
Ele chorava de alegria, de saudade, de tanta coisa guardada no peito, ela não conseguia conter suas lágrimas só pelo fato de sentir esse momento dele. Era muito o que ela sentia, e não desistiria desse sentimento jamais.
Ela não conseguia conter a necessidade de afagá-lo, de encostar a cabeça dele em seu ombro e sussurar em seus ouvidos que ela estava alí. Alí com ele, pro que der e vier. Sempre.
Sempre esteve, mesmo sem que ele a visse, estava com ele com o pensamento. Não houve um segundo de sua vida em que seu pensamento não estivesse com ele, que fosse ele. Ficava imaginando onde ele estaria, o que estaria fazendo, como se sentia, se precisava dela, se sentia o seu amor que insistia em procurá-lo por toda parte.
Ele se sentou no chão e continuou com seu pranto. Precisava desabafar e foi a coisa mais linda que ela já viu. Ela sentou-se ao seu lado, passou a mão pelos cabelos dele, descendo pela nuca. Deslizou pela sua barba e puxando levemente seu queixo, olhou-o nos olhos. Nesse momento, as lágrimas cairam juntas, ficaram um bom tempo se olhando. Luzes saiam dos olhos dos dois, uma de encontro a outra. Será que é isso que acontece quando finalmente se encontra o amor tão verdadeiro e forte?
Ele sentiu uma paz inexplicável, pela primeira vez a sua insegurança foi embora e ele não parecia mais um menino pequeno, com medo.
Por ela, esse momento duraria a eternidade.

(L.F.)

no compasso do Criador

Já pensou se o mundo fosse uma dança? Todo mundo junto numa coreografia nova e ensaiada todos os dias?

luxo radioso de sensações

"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"

O Primo Basílio, Eça de Queiroz